domingo, 20 de dezembro de 2009


O significado do altar
O altar é a posição espiritual onde nossas forças serão renovadas no Senhor
Ao longo da Bíblia, várias passagens contam que homens de Deus erigiram altares ao Senhor. Era uma maneira de adorar a Deus, estabelecer pactos com ele, celebrar alianças ou deixar marcos que lembrassem às gerações futuras os grandes feitos que o Senhor operara entre o seu povo. Ao observarmos a trajetória dos patriarcas hebreus Abraão, Isaque e Jacó, observamos que eles levantavam altares quase que continuamente, tendo cada um deles sua motivação espiritual.
Sob o ponto de vista espiritual, o altar representa lugar de sacrifícios. É ali que devemos tomar nossas decisões e fazer nossas escolhas. Há uma passagem no livro do Gênesis em que Deus disse a Jacó: “Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da presença de Esaú, teu irmão”. O Senhor dá uma ordem clara para Jacó, ordenando-lhe que ele volte para Betel. Espiritualmente falando, Betel significa a “casa de Deus”.
No livro de Provérbios 22.28, encontramos uma advertência: “Não removas os marcos antigos que fizeram teus pais.” O altar é uma posição espiritual, onde ouviremos a voz de Deus e iremos sacrificar tudo aquilo que possa estar desagradando ao Senhor. Altares são marcos importantes. É através deles que zelamos por nossas próprias vidas, espiritualmente, emocionalmente e naturalmente.
As Escrituras mencionam vários tipos de altares. Há, por exemplo, o altar das decisões. Em Gênesis 12.7-8, está o seguinte relato: “Apareceu o Senhor a Abraão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abraão um altar ao Senhor.” Abraão armou sua tenda entre Betel, ao ocidente, e Ai, ao oriente. Naquele momento, Abraão estava indeciso quanto ao rumo que deveria tomar. A decisão era séria, já que afetaria toda sua casa e, mais adiante, sua geração, aquela mesma que, segundo o Senhor, herdaria a terra. Ele tinha que decidir se iria para Betel – a casa de Deus – ou se haveria de seguir para Ai (lugar de destruição), uma simbologia das propostas enganadoras do mundo natural.
As nossas decisões precisam ser tomadas sobre o altar que edificamos ao Senhor, e no tempo em que devem ser tomadas. Hoje, muitos de nós estamos assim como Abraão se encontrava entre Betel e Ai – precisamos fazer a escolha certa. Não podemos errar. Quando nos encontramos nesta situação, o melhor caminho é levantar um altar ao Senhor e permanecermos nesta posição, invocando-o até que ele nos responda, dando-nos a direção correta. As propostas do mundo natural são aparentemente mais fáceis, assim como a cidade de Ai provavelmente parecia a Abraão. Mas Deus quer que tenhamos o coração firme no altar, para podermos escolher o caminho de Betel.
O altar pode ser também o lugar de ceder. Segundo Gênesis 13.14-18, “Abraão, mudando as suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom, e levantou ali um altar ao Senhor.” Uma das maiores dificuldades da natureza humana é a capacidade de ceder. Isso se torna ainda mais difícil quando a pessoa está correta aos seus próprios olhos. Aquele episódio bíblico narra o que Abraão fez logo depois de separar-se de Ló. Fora uma escolha difícil – ele acabara de entregar o melhor para Ló, mesmo sabendo que este não merecia o que estava recebendo.
Deus sempre permite que passemos por situações em que a nossa capacidade de ceder poderá ser provada. Somente sobre o altar do ceder receberemos a capacidade para sacrificar o lado egoísta que há em nossa natureza adâmica. É nesse altar que podemos ouvir a voz de Deus e ser fortalecidos, para que, mesmo vendo injustiças, mesmo enxergando nas mãos do outro aquilo que Deus nos deu de direito, tenhamos o coração firme e em paz para esperar a ação do Senhor. No altar do ceder, Deus prova nossa capacidade de dizer sim à sua vontade, incondicionalmente. Quando aprendemos a bênção do ceder, Deus começa um novo dia em nossas vidas.
Mais adiante, as Escrituras mostram Isaque diante de uma situação extrema. “Na mesma noite, lhe apareceu o Senhor e disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão teu pai. Não temas porque eu sou contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão, meu servo’. Então, levantou ali um altar e, tendo invocado o nome do Senhor, armou sua tenda” (Gênesis 26.24-25). Aquele altar marcou o instante em que Deus confirmou a Isaque a promessa que fizera a seu pai Abraão. Era o altar das promessas. Através dele, Isaque sabia que a palavra do Senhor seria cumprida.
Hoje, muitas vezes Deus fala liberando uma promessa para nossas vidas, mas muitos de nós não temos a posição de Isaque – não levantamos o altar onde iremos lembrar Deus do que ele nos prometeu, como diz em Isaías 62.6: “Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis.” Deus tem prazer em ouvir as reivindicações dos seus filhos, e quando o fazemos dentro de suas promessas, isso alegra o seu coração.
O altar é a posição espiritual onde nossas forças serão renovadas no Senhor. Deus quer que sejamos homens que constróem altares, pois somente por meio deles é que iremos alcançar o melhor que ele tem reservado para nós. O altar é fundamental para que possamos ver o cumprimento da palavra do Senhor em nossas vidas e em nossas famílias.

César Augusto Machado de Souza
escritor e jornalista, é apóstolo e presidente do Ministério Fonte da Vida, em Goiânia (GO)
(retirado di siste - http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=212

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